quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O cenário de “O Templo da Magia”

As pessoas estão lendo os dois primeiros capítulos de O Templo da Magia e me perguntando se as paisagens descritas no livro são reais.

Bem, quando comecei a escrever este livro pensei em um relato das minhas viagens e mais especificamente sobre minha viagem para o norte argentino em novembro de 2010. Com o passar do tempo e com o que eu fui desenvolvendo acabei colocando as paisagens como pano de fundo para a história como um todo.

Pois bem, aqui vão algumas dicas para quem quiser conhecer os caminhos do Templo da Magia (rsrs).

Começamos a viagem com um voo direto de São Paulo para Cordoba, a segunda maior cidade da Argentina. A Gol tem essa linha direta, e o voo dura mais ou menos 4 horas. De lá seguimos para o Hostelling International Cordoba Backpackers, um pequeno (e completo) albergue situado a duzentos metros do centro histórico da cidade. Recomendo esperar o cair da tarde, quando Cordoba ferve. Na praça os estudantes da Universidade de Cordoba veem o entardecer - cantando, vendo os planetas através de telescópios ou simplesmente tomando uma cerveja e jogando conversa fora com os amigos nos inúmeros bares com mesas nas calçadas. Uma dica é a Quilmes, uma cerveja deliciosa. Cordoba, além da Universidade (a quarta mais antiga das Américas, do século XVIII), possui também uma enorme quantidade de livrarias pequenas, daquelas que não temos mais por aqui em São Paulo. Caminhe pelos inúmeros calçadões e verá livrarias e lojas de CD com preços inacreditáveis. Peguei o “Back in Black” do AC/DC e paguei cerca de R$ 14,00 original! A noite de Cordoba também é muito movimentada. A cidade, a noroeste de Buenos Aires, recebe estudantes do mundo inteiro além de oferecer programas de intercâmbio. Aqui você pode esperar uma alma jovem combinada a um lugar antigo.





Cordoba é multicolorida e multicultural. Fascinante

De Cordoba, a segunda maior cidade da Argentina, alugamos um automóvel no próprio aeroporto. Seguimos por uma viagem ininterrupta de 1400 km pela Ruta 9. Fizemos a viagem sem paradas, o que não recomendo por ser muito desgastante – levamos quase 14 horas dirigindo sem parar. As estradas são muito boas, embora não tenham muitos recursos à mão dos viajantes. Os pedágios são baratos – menos de 2 pesos – e há diversos restaurantes às margens da rodovia. Recomendo pegar a estrada logo de manhã, antes das 10 horas, e seguir rumo a Santiago Del Estero para pernoitar. A cidade também possui uma ótima infraestrutura e você pode aproveitar a noite. Uma dica é dar umas voltas de carro pela estrada perto do entardecer. Gaviões e aguiluchos passarão sobre o carro, caçando. É fantástico! À sua esquerda você verá uma cadeia imensa de montanhas – é a Cordilheira dos Andes, uma das maiores formações montanhosas do mundo.
Siga de Santiago Del Estero para Salta, capital da província do mesmo nome. Aqui você já estará na periferia do poderoso império Inca. Em Salta aproveite para andar no Tren a Las Nubes (www.trenalasnubes.com.ar).  Uma inesquecível viagem de trem subindo os Andes, chegando até o Viaduto La Porvorilla, a mais de 4000 metros de altitude. Aproveite e veja os artesanatos e tire fotos com as lhamas. Reserve horário no vagão restaurante e aproveite a viagem tomando um ótimo vinho argentino! O trem parte às 7 horas da manhã da estação de trens, portanto fique atento aos horários. Em Salta caminhe pelo centro histórico, próxima à estação. À noite as calçadas ficam lotadas de gente bonita comendo aperitivos e tomando cerveja. Churrascarias têm aos montes, e eles adoram conversar com brasileiros.




O Tren a Las Nubes sobe a 4100 metros

De Salta seguimos para San Salvador de Jujuy, capital da província de mesmo nome e distante cerca de 300 km dali. Passamos direto por Jujuy - conhecemos apenas o aeroporto, pois tentamos trocar alguns reais por pesos e não conseguimos. Aliás, faça o câmbio de seus reais por pesos em Cordoba, pois a partir daí não conseguimos descobrir nenhuma casa de câmbio – pelo menos não funcionavam aos fins-de-semana. De Jujuy a Purmamarca, nosso destino final, levamos quase duas horas subindo os Andes. É uma beleza ver aquele colosso ao seu lado e você pegando a estradinha até lá e a dividindo com caminhões que seguem rumo ao Paso Jama, divisa com o Chile, ou até a divisa com a Bolívia. Fique atento, pois há uma entrada para Purmamarca à esquerda na estrada que conecta a Argentina com o Paso Jama. Também fique atento com sua documentação, pois a cada divisa de fronteira provincial você terá que mostrar os documentos para a saída da província e para a entrada em outra província. Também cuidado com duas coisas: trafegar com a luz baixa apagada dá multa (não adianta ser a lanterna), e toda vez que você passar por um posto da Polícia Rodoviária reduza a velocidade para 40 km/h. Eles multam mesmo, seja você brasileiro ou argentino.
Meia hora depois de entrar na Ruta 54, à esquerda, já dá para ver a cidade. Não se assuste com a entrada, ela é assim mesmo.

Purmamarca – parece incrível, mas este lugar é fascinante. Na foto, TODA a Purmamarca.
Purmamarca é uma cidade que fica entre a Ruta 54 e o Cerro de los siete colores, uma linda montanha multicolorida. Você vai se sentir no velho oeste. Há diversos restaurantes que servem pratos deliciosos como a carne de lhama – se você não for vegetariano, vale a pena experimentar. Na praça central os ônibus param trazendo uma multidão de turistas europeus, portanto não se espante se cruzar com alemães ou holandeses pela cidade. Se você quer comprar lembranças aqui é uma ótima pedida. Também é legal para ligar para casa. Os telefones ainda são com moedas, e para ligar para o Brasil precisei de uns cinco reais.
Optamos por ficar no pitoresco Hotel Los Colorados (www.loscoloradosjujuy.com.ar). O projeto do hotel faz com que fique absolutamente integrado à paisagem, e os chalés são extremamente charmosos. Prepare-se para o frio – estamos a mais de 2000 metros de altitude, e vale a pena comprar um poncho para esquentar. Os chalés possuem banheira de hidromassagem, cozinha e aquecimento, além de uma ótima lareira. Peça o café da manhã e eles o deixarão sobre a mesinha da sala. É só acordar e tomar o café.




Cabañas Los Colorados – totalmente mesclado à paisagem

Praça principal de Purmamarca
De lá tínhamos duas opções e apenas um dia. Seguir à direita e conhecer a Quebrada de Humahuaca ou pegar a estrada à esquerda para conhecer um lugar no mapa chamado Salinas Grandes. Se você leu o segundo capítulo de O Templo da Magia, já sabe por onde optamos...
Cuidado, pois a estrada engana. Já dirigia há uma hora quando comecei a sentir uma dor de cabeça enorme e um enjôo que praticamente me obrigava a deitar no banco do carro. Apesar do sol firme, fazia um frio tão intenso que o aquecedor do carro ficava ligado o tempo todo. De repente passamos por uma placa que indicava a altitude do lugar – 4125 m acima do nível do mar! Não é à toa que sentimos o mal da altitude – o Soroche. O melhor remédio para o soroche é mascar as folhas da coca. Não dá “barato”, mas não tente trazer as folhas da erva em sua bagagem – você será preso por contrabando. Aqui você já se sente meio que no topo do mundo. Bandos de guanacos – um parente da lhama – estarão pastando tranquilamente na altitude como se nada estivesse acontecendo. A partir daí é só descida, e você vai melhorando do mal-estar conforme o carro vai serpenteando estrada abaixo. Preste atenção às montanhas e curta a viagem. Uns cinco quilômetros à frente você verá à esquerda uma construção pequenininha, de tijolos. Lá dentro há uma estátua de Santo Expedito - vale a pena agradecer por estar em um lugar tão lindo! Ao fundo você verá uma grande região plana e brilhante, parecendo uma miragem. Lá ficam as Salinas Grandes. Siga viagem.



Cada cacto desses tem mais de três metros de altura

guanacos


Falta de ar, dor de cabeça e enjoo  - bem-vindo aos 4170 m acima do mar e ao soroche
Um pouco mais à frente e você já estará passando pelo meio do Salar. Uma imensidão branca à sua direita e à esquerda farão você pensar como tudo aquilo se formou, e isso ainda será tema de um dos artigos deste blog.
À sua direita logo você verá uma casinha cinzenta. Do outro lado da estrada há uma entrada com marcas de rodas. Ali é a entrada para a visitação ao Salar. Um pouco mais à frente há uma bandeira da Argentina e um estacionamento. Pare o carro ali e vá visitar os artesanatos. Incrível é ver que na Argentina o celular dos hermanos pega direitinho lá em cima no meio do nada. Um pouco à frente você verá algumas piscinas retangulares com mais ou menos uns dois metros de comprimento cheias de água. As piscinas estão ali para demonstrar como é feita a extração do sal. Não se esqueça de levar óculos escuros, pois é impossível ficar de olhos abertos naquela imensidão branca.
Retorne antes das 16 horas. Com isso você pega a estrada ainda com dia claro e ainda pode ver os Andes e as montanhas multicoloridas.



Será que o Templo da Magia será encontrado?

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O Templo da Magia - Capítulo 1


Amigos, divulgo o capítulo 1 de O Templo da Magia, que será lançado em maio/12







Capítulo 1

Atlântida, 4325 aC.

A penumbra prejudicava seu trabalho, mas mesmo assim o sacerdote persistia. A chama

da vela já não era tão forte e havia passado da hora de encerrar os trabalhos do dia,

porém não pararia agora.

Não faltando tão pouco.

Apenas mais algumas linhas e o seu Livro estaria pronto. Já podia ouvir a multidão se

aglomerando às portas do Templo junto com o barulho das ondas batendo ferozmente

nas rochas que margeavam a ilha.

Luaror terminou a última linha com sua escrita rebuscada. Aguardou alguns segundos

para que a tinta secasse nas folhas do Livro. Soprou levemente as linhas tão

caprichosamente desenhadas.

Só mais um detalhe e estaria terminado. Levantou-se com calma, apesar da tragédia

iminente. Ouviu o leve som produzido pelas suas vestes ao andar e percebeu o brilho de

seus braceletes de ouro refletindo a fraca chama que iluminava o aposento. Sobre as

prateleiras abarrotadas de seu escritório de trabalho, buscou um pergaminho antigo que

ele havia estudado anos atrás. Abriu em um ponto demarcado.

Suspirou profundamente. Colocou o pergaminho ao lado do seu livro e se sentou,

pegando os finos bastões de madeira que usava para escrever. Mergulhando-os em tinta

vermelha, fez uma cópia fiel do estranho desenho que ilustrava o pergaminho. Lembrou

o quanto aquele simples desenho estava relacionado com a tragédia que sua terra vivera

e que havia conduzido-os àquele momento.

Ao cabo de alguns minutos, estava terminada a obra. O sacerdote aguardou a secagem e

fechou o pesado volume.

Estava acabado.

Agora deveria apenas transportá-lo para seu amigo Tuthimós do Egito, e tudo estaria

encerrado. O transporte mágico não poderia ser utilizado naquele caso, pois o volume

era muito grande. Havia servido para enviar o cilindro, porém não serviria naquele caso.

Portanto, seria enviado naquela noite nos barcos que partiriam de Atlântida. Colocou o

volume junto às coisas e saiu de seus aposentos no subsolo do Templo.

Viria buscá-lo mais tarde. Chegou até o grande salão, vazio àquela hora, e ouviu a turba

do lado de fora da majestosa construção. Abrindo as portas do Templo, viu a realidade

frente aos seus olhos.

O fim estava próximo.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012


Olha! A capa ficou pronta! Foram dois meses de trabalho diário com o pessoal da Editora e com Vasco Lopes, o designer, até a aparência final. Só nas orelhas é que não tem nada pois a Editora vai ficar com este espaço! O que acharam?


Capítulo 1 e 2 disponibilizado em pdf para download em www.amaldicaoatlante.com
Ainda nesta semana, o novo site www.amaldicaoatlante.com   aguardem!!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012